Insuficiência Cardíaca II

A insuficiência cardíaca (IC) é um dos temas mais cobrados em provas de cardiologia. A IC é a condição na qual o coração é incapaz de garantir um débito cardíaco (DC) adequado à demanda tecidual ou quando só o faz à custa do aumento de suas pressões de enchimento intracavitárias. Entre essas questões, os examinadores abordam principalmente o manejo e tratamento dos pacientes.

Exemplo de Questão:

AMRIGS – 2016 – Paciente, com história de diabetes melito e hipertensão, consulta queixando-se de dispneia aos médios esforços, palpitação e dor pré-cordial aos grandes esforços que alivia com o uso de nitrato. Ao exame físico, tem pressão arterial de 110 x 80 mmHg, sem edema de membros inferiores ou outro sinal de retenção hídrica. É solicitado um ecocardiograma que demonstra uma fração de ejeção de 45%. No manejo inicial desse paciente, está indicada a prescrição de:

Para os concursos, devemos saber muito bem sobre o manejo da IC. Para isso, precisamos saber sobre o estadiamento dessa síndrome. Os estágios consistem em: A- paciente em risco para IC, porém ainda sem alteração cardíaca estrutural; B- paciente já portador de alteração estrutural cardíaca, como hipertrofia ventricular esquerda, disfunção sistólica ou diastólica ao ecocardiogama, porém ainda sem sintomas ou sinais de IC; C- IC sintomática; D- IC refratária. A sintomatologia da IC (estágios C e D) pode ser quantificada através da classe funcional da New York Heart Association – NYHA: I- sem sintomas às atividades físicas cotidianas, cansaço ou dispneia apenas aos grandes esforços; II- cansaço ou dispneia aos médios esforços; III- aos pequenos esforços, como andar devagar, trocar de roupa; IV- limitação física grave, sintomas em repouso ou aos mínimos esforços.

O que você precisa estudar?

Para as provas, precisamos saber que para a IC sistólica podemos usar: drogas que apenas aliviam os sintomas (diuréticos e digitálicos) e drogas que aumentam a sobrevida (inibem o remodelamento cardíaco; IECA, BRA, betabloqueadores, antagonistas de aldosterona, combinação de hidralazina+ nitrato). Os diuréticos (furosemida) devem ser prescritos para os pacientes com sinais de sobrecarga de volume, como congestão pulmonar, turgência jugular, edema periférico. Os digitálicos são indicados nos portadores de IC om FE reduzida sintomáticos apesar do uso de medicação otimizada (outra indicação é o controle da resposta ventricular em pacientes com IC e fibrilação atrial). Os betabloqueadores devem ser prescritos para todos os pacientes com IC compensada, com nenhuma ou pouca retenção de volume (principais contraindicações: IC francamente descompensada, broncoespasmo, hipotensão, bradicardia, bradiarritmias sintomáticas). Os inibidores da ECA devem ser administrados em todos pacientes com IC (principais contraindicações: hipotensão grave, K > 5,5 mEq/L, creatinina > 3 mg/dL). A espironolactona (antagonista da aldosterona) deve ser utilizada nos pacientes de classe funcional NYHA principalmente III e IV (principais contraindicações: K > 5, mEq/L, creatinina > 2,5 mg/dL). A associação hidralazina + nitrato substituem os IECA nos pacientes que não toleram essas drogas devido à hipercalemia ou insuficiência renal. Além disso, é indicada em pacientes que se mantêm sintomáticos mesmo com o tratamento otimizado, podendo aumentar a sobrevida, principalmente em negros. 

Outro tópico que pode ser cobrado nos concursos é sobre o tratamento da IC com FE preservada, em que as principais diretrizes recomendam: diuréticos em caso de sintomas e sinais congestivos; controle rígido da PA e da frequência cardíaca; tratamento da fibrilação atrial, não utilização de agentes inotrópicos, já que o déficit não é de contração e sim de relaxamento. Importante: a principal causa de descompensação de um paciente com IC crônica é a má aderência ao tratamento farmacológico. 

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