Câncer Gástrico

Para os concursos, tanto nas provas de clínica médica como nas de cirurgia, são abordados as principais neoplasias do trato gastrointestinal: câncer de esôfago, estômago e colorretal. A maior parte das neoplasias gástricas é maligna, sendo 95% representada pelo adenocarcinoma. Outras malignidades incluem o linfoma e o sarcoma. O foco para as provas de residência é o adenocarcinoma.

Exemplo de Questão:

USP – 2017 – Mulher, 65 anos de idade, com queixa de epigastralgia há três meses, realizou endoscopia digestiva alta com achado de lesão ulcerada de 2,2 cm em fundo gástrico. Relatório anatomopatológico confirmou adenocarcinoma gástrico indiferenciado, com células em anel de sinete. Tomografia computadorizada mostrou somente lesão gástrica, sem metástases. Paciente deve ser submetida a:

(…)

Para os concursos, você deve dominar algumas noções gerais sobre o câncer gástrico: é o segundo tumor que mais mata no mundo; é mais comum em homens acima de 50 anos; em mulheres jovens predomina o adenocarcinoma subtipo difuso. Os principais fatores de risco são baixo nível socioeconômico, grupo sanguíneo A, infecção pelo H. pylori, gastrite crônica atrófica, anemia perniciosa, dieta rica em nitrosaminas, tabagismo, cirurgia gástrica prévia, história familiar. Questões que sempre são cobradas nos concursos são sobre as classificações do câncer gástrico. A classificação macroscópica de Borrmann consiste em: I- polipoide; II- ulcerado com bordas elevadas; III- ulcerado com infiltração da parede gástrica; IV- infiltrativo difuso; V- nenhuma das anteriores. Outra classificação muito importante é histológica de Lauren, que consiste em: tipo intestinal (mais comum, homens idosos, bem diferenciado, melhor prognóstico) e tipo difuso (menos comum, mulheres jovens, pouco diferenciado, células em anel de sinete, pior prognóstico).

O que você precisa estudar?

Algumas questões colocam no enunciado um paciente com a clínica típica, que é anorexia, saciedade precoce levando à perda ponderal acentuada, dor abdominal, anemia ferropriva, disfagia baixa em caso de obstrução da cárdia. Além disso, o diagnóstico pode ser suspeitado a partir de uma síndrome paraneoplásica (acantose nigricans, tromboflebite migratória, ceratose seborreica difusa, neuropatia periférica e dermatomiosite). Há algumas evidências ainda de doença incurável: massa abdominal, lindafenopatia supraclavicular ou axilar, nódulo umbilical palpável, prateleira de blumer (massas no reto), acometimento ovariano. O diagnóstico é firmado com: EDA com biópsias. Lembre-se que toda úlcera gástrica vista na endoscopia tem indicação de biópsia. Os principais exames para estadiamento são tomografia de tórax e de abdome, ultrassonografia endoscópica (melhor exame para definir o grau de invasão do tumor e os linfonodos regionais acometidos), videolaparoscopia (melhor exame para a detecção de doença peritoneal, geralmente realizado no pré-operatório imediato). O tratamento de doença restrita à mucosa, não ulcerado, < 2 cm (câncer precoce) é com mucosectomia endoscópica. Para os demais pacientes com doença não metastática: tumores proximais -> gastrectomia total com reconstrução em Y de Roux com linfadenectomia a D2; tumores distais -> gastrectomia radical subtotal com reconstrução à Billroth II com linfadenectomia a D2. Se os tumores invadem a serosa ou a adventícia, ou ainda acometem linfonodos, a indicação é de realizar quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. No caso de tratamento de doença metastática, a maioria dos pacientes se beneficia de gastrectomia paliativa.

Pronto! Agora, você que é matriculado no curso já pode assistir à aula, ler o capítulo e fazer as questões de provas!

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