Insuficiência Cardíaca 1

A insuficiência cardíaca (IC) é um dos temas mais cobrados em provas de cardiologia. A IC é a condição na qual o coração é incapaz de garantir um débito cardíaco (DC) adequado à demanda tecidual ou quando só o faz à custa do aumento de suas pressões de enchimento intracavitárias. Entre essas questões, os examinadores abordam principalmente o manejo e tratamento dos pacientes.

Exemplo de Questão:

SES – 2017 – Um paciente portador de miocardiopatia hipertensiva continua a ter dispneia aos pequenos esforços, apesar do uso regular de enalapril, carvedilol, furosemida e digoxina em doses otimizadas. Sabendo que o ritmo cardíaco é sinusal, a fração de ejeção (FE) é 30%, os níveis pressóricos estão controlados e a função renal é normal, que droga poderia trazer benefício adicional para este paciente?

Portanto, além de sabermos sobre o manejo da IC, precisamos dominar a classificação, estadiamento e saber as principais causas. A classificação pode ser pelo(a):

1- acometimento ventricular predominante: esquerda (DC inadequado + congestão pulmonar) ou direita (DC inadequado + congestão sistêmica, como turgência jugular, ascite, etc.);

2- fração de ejeção: IC com FE reduzida (ou IC sistólica, caracterizada pelo déficit contrátil do ventrículo; principais causas: doença coronariana, HAS, doença de Chagas, valvopatias, álcool, drogas) ou IC com FE preservada (ou IC diastólica; caracterizada pela resistência ao enchimento ventricular durante a diástole; principais causas: fase hipertrófica da HAS, doença coronariana, miocardiopatia hipertrófica, miocardiopatia restritiva, pericardite constritiva);

3- pelo DC: IC de baixo débito (a mais comum, sendo decorrente de cardiopatia isquêmia, hipertensiva) ou IC de alto débito (DC normal ou acima do esperado, típica dos estados hipercinéticos como tireotoxicose, beribéri, fístulas arteriovenosas, anemia);

4- pela cronologia: aguda (principal causa: infarto agudo do miocárdio; quadro típico é a congestão pulmonar ou choque cardiogênico), crônica (principais causas: HAS e doença isquêmica do miocárdio). Cuidado para não confundir IC de fração de ejeção reduzida ou preservada com IC de baixo ou alto débito. Lembre-se ainda que as classificações não se excluem.

O que você precisa estudar?

Para as provas, você precisa ainda identificar o quadro típico de um paciente com IC, que consiste em: débito cardíaco insuficiente causando cansaço aos esforços, síndrome congestiva.  A insuficiência ventricular esquerda cursa com DC inadequado e congestão pulmonar (cansaço aos esforços, dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna), crepitações pulmonares, derrame pleural (maior à direita). Já a insuficiência ventricular direita cursa com DC inadequado e congestão sistêmica: cansaço aos esforços, turgência jugular patológica, refluxo hepatojugular, sinal de Kussmaul (aumento da jugular na inspiração), hepatomegalia, ascite, derrame pleural (maior à direita), edema gravidade-dependente (membros inferiores, região sacra, bolsa escrotal). Importante lembrar que IVE é mais comum do que IVD, e que a principal causa de IVD é a própria evolução da IVE.

Portanto, sobre o diagnóstico lembre-se que é feito através dos critérios clínico-radiológicos (exemplo: critérios de Framingham), sendo confirmado pelo ecocardiograma. Os critérios clínico-radiológicos são dispneia paroxística noturna, ortopneia, B3, ictus de VE difuso, turgência jugular patológica, refluxo hepatojugular, sinal de Kussmaul, aumento da altura do pulso da jugular, cardiomegalia, inversão do padrão vascular, linhas B de Kerley. Saiba que a dosagem do BNP (peptídeo natriurético cerebral) ajuda a diferenciar uma dispneia cardíaca de uma pulmonar, sendo que no primeiro caso o BNP estará aumentado.

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